Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO DO TRABALHO DE PARTO PARA REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
ELISA QUEIROZ FARIA, CESAR RODRIGUES DE SOUSA FILHO, EMILLY DE OLIVEIRA MENDES, JÚLIA DO NASCIMENTO GARCIA, KAMILA MARCELINO DA FONSECA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: Até o final do século XVIII, o parto era um ritual das mulheres, realizado nas casas das famílias com o acompanhamento de parteiras. Em meados do século XX o processo começa a sofrer grandes mudanças através da modernização dos partos. Essa medicalização acaba por utilizar, em larga escala, procedimentos considerados desnecessários, que muitas vezes podem colocar em risco a saúde e a vida da mãe e do bebê, sem avaliação adequada da sua segurança e sem base em evidências. Além disso, muitas mulheres relatam vivências de parto dolorosas, com ofensas, humilhação e expressão de preconceitos arraigados em relação à saúde e à sexualidade da mulher revelando uma grave violação dos direitos humanos e das mulheres. Com este novo modelo assistencialista, o desafio que surgiu foi o de como diminuir o número de violência obstétrica sofrida por gestantes durante o período gravídico. Vários projetos foram iniciados para tentar acabar com estes números, apoiando a pratica do parto humanizado por meio do respeito ao direito da mulher à privacidade, segurança e conforto, com uma assistência de qualidade, aliado ao apoio familiar durante a parturição, transformando o nascimento em um momento único. OBJETIVO: Esse trabalho tem como objetivo analisar a importância e os benefícios do parto humanizado na prevenção da violência obstétrica. MÉTODOS: A pesquisa bibliográfica foi feita através da base de dados Scielo, com trabalhos publicados entre os anos 2007 a 2020, além do “Caderno HumanizaSUS”, elaborado pelo Ministério da Saúde em 2014. Descritores em saúde utilizados na busca foram: violência contra a mulher; parto humanizado e humanização da assistência. RESULTADOS: Seguindo os critérios de inclusão foram selecionados 5 artigos e neles observou-se que a violência obstétrica assume diversas formas, de psicológica à física, resultando em elevadas taxas de mortalidade materna e de morbidade perinatal, além de colocar o Brasil com altas taxas de cesárea no mundo. Buscando discutir e propor mudanças a este modelo, o Ministério da Saúde tem instituído uma série de programas e políticas em saúde, visando a humanização do atendimento. Este processo pretende estender o diálogo com os profissionais de saúde sobre a violência institucional e chamar a atenção sobre práticas abusivas, que são aplicadas durante o processo parturitivo à mulher sem a devida participação da mesma, colocando em risco sua integridade física e emocional. Com o movimento de humanização o parto e o nascimento são resgatados como eventos naturais e práticas desnecessárias tendem a diminuir. CONCLUSÃO: A partir dos dados recolhidos conclui-se que a violência obstétrica é uma realidade diária em que o direito de escolha da mulher é violado. Com isso, houve a necessidade de motivar o processo de humanização durante e após a gestação reduzindo, assim, os índices de cesariana, mortalidade materna, morbidade perinatal e violência obstétrica.

Palavras-chave


violência contra a mulher; parto humanizado; humanização do parto;