Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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ATENÇÃO NUTRICIONAL NA LINHA DE CUIDADO DO DIABETES: DEMANDAS DA INSEGURANÇA NUTRICIONAL NO CONTEXTO DA ALTA COMPLEXIDADE EM SAÚDE
CYNTIA ERTHAL LEINIG, ISABELLE MARIA DA SILVA ALMEIDA, MARIA TERESA GOMES DE OLIVEIRA RIBAS, BÁRBARA LUIZA LEMOS DE SOUZA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O diabetes mellitus (DM) é um dos eixos temáticos prioritários para a organização do cuidado em saúde por elevada prevalência, complicações e altas taxas de hospitalização e mortalidade. A rede de atenção à saúde deve visar à prevenção de seu início e de complicações agudas ou crônicas, justificando-se a importância de analisar as estratégias de nutrição na linha de cuidado do DM. Objetivo: Compreender a identidade das ações do campo da Nutrição no atendimento das diretrizes da Linha de Cuidado do DM, no enfoque da atenção de alta complexidade em saúde. Metodologia: De caráter descritivo-analítico, estudo desenvolvido com o universo de pacientes com DM, com idade maior ou igual a 18 anos e hospitalizados no período de setembro de 2019 a março de 2020. Foram excluídos pacientes com diabetes gestacional, limitações de mobilidade para a avaliação antropométrica e de cognição e/ou comunicação para responder aos instrumentos de coleta de dados. Para traçar o perfil da população, foram analisadas características gerais e clínicas, além de dados antropométricos, de consumo alimentar e Avaliação Subjetiva Global. Para os procedimentos de análise, os dados foram armazenados no programa Excel 2010 e analisados por estatística descritiva. Para avaliar a associação entre variáveis categóricas, foi empregado o teste de Mann-Whitney, sendo considerado o nível de significância de 5% (p <0,05). Utilizou-se o Programa SPSS 21.0. Resultados: Foram analisados 43 pacientes, com idade média de 57,0±15,5 anos e 58,2% homens. O diagnóstico de DM ocorreu há mais de 20 anos para 41,9% dos pacientes, sendo que 51,2% o tiveram em hospital. Mais da metade (69%), relatou ter modificado alimentação após diagnóstico, 71% orientados pelo médico e apenas 12% por nutricionista; 96,7% disseram controlar a doença, 43,6% através de glicemia periférica e outros exames e 38,46% através da alimentação, medicação e exercício físico. Observou-se prevalência de 56% de sobrepeso e obesidade pelo Índice de Massa Corporal mas, pela Avaliação Subjetiva Global, 42% dos pacientes apresentaram risco nutricional ou desnutrição grave. Além disso, o consumo alimentar avaliado pelo recordatório de 24 horas ficou abaixo das recomendações em relação a macronutrientes e quilocalorias, com mediana de 705 (153-1104) quilocalorias. Parcela significativa de pacientes relatou complicações por doença arterial periférica e sinais de neuropatia e retinopatia. Somente 23,3% recebeu orientação nutricional durante internamento, sendo 50% específica para DM. Não foi observada correlação significativa entre risco nutricional e atenção em saúde fragmentada (p=0,65). Considerações finais: Observa-se que a organização do cuidado nutricional e a aplicação de protocolos de atendimento específicos para a população com diabetes são essenciais para um atendimento estruturado e adequado às necessidades individuais de cada paciente.

Palavras-chave


Diabetes Mellitus; Assistência Integral à Saúde; Doença Crônica