Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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IMPLEMENTAÇÃO DO ATRIBUTO ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA PERSPECTIVA DE IDOSOS
GUILHERME KENZO ACUTU, GABRIELA ENCARNAÇÃO LEANDRO, DANIELA BULCÃO SANTI, POLIANA ÁVILA SILVA, IARA SESCON NOGUEIRA, VANESSA DENARDI ANTONIASSI BALDISSERA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) pode ser compreendida como a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde. Para assegurar qualidade nas suas ações, foram elencados atributos chaves que possibilitam avaliar e nortear o serviço. Dentre esses, destaca-se a orientação comunitária, que permite observar as necessidades relacionadas à saúde, por meio do contato direto com a população. Assim, este estudo assumiu a seguinte questão de pesquisa: Como o atributo Orientação Comunitária é implementado na APS na perspectiva dos idosos? Objetivos: Analisar a implementação do atributo orientação comunitária na Atenção Primária à Saúde na perspectiva de idosos. Material e Métodos: Estudo de abordagem qualitativa e de caráter descritivo-exploratório, desenvolvido com oito idosos vinculados a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada em um município do Norte Central do estado do Paraná. A coleta de dados ocorreu durante o mês de fevereiro a março de 2020, a partir de entrevistas individuais realizadas por meio de visitas domiciliares, utilizando um roteiro semiestruturado, elaborado pelos pesquisadores, contendo questões referentes ao atributo de orientação comunitária. Os dados foram analisados por análise interpretativa. A pesquisa possui apreciação ética, nº 1.954.350/2017. Resultados: As competências da orientação comunitária foram observadas nos relatos que indicam vínculo com a UBS. Os idosos citam os profissionais da saúde pelo nome e categoria profissional, ressaltam como satisfatórias as visitas domiciliares, reconhecem os serviços ofertados e grupos operativos disponíveis na UBS, e alguns participam desses. Nesses momentos, compreende-se o contexto social do idoso, e a orientação comunitária é efetivada. Por outro lado, alguns idosos demonstraram desinteresse nos grupos ofertados, e a maioria desconhecem o funcionamento e atribuições do Conselho Local de Saúde, sendo a participação social dos idosos ainda um desafio. Isso pode estar relacionado aos temas desenvolvidos nos grupos, e também à acessibilidade comprometida. É importante que os idosos sejam convidados e esclarecidos sobre a relevância e a dinâmica dos grupos operativos e reuniões do Conselho Local de Saúde, pois assim sentem-se seguros e motivados a participarem dos mesmos. Além de agregar conhecimento sobre as questões de saúde, o idoso exerce sua participação social, premissas fundamentais para o envelhecimento ativo. Conclusão: Foi possível analisar a implementação da orientação comunitária na APS na perspectiva de idosos. Observou-se que a orientação comunitária é um processo dinâmico no desenvolvimento do trabalho da APS e oportuniza aos idosos o acesso à saúde. Entretanto, deve ser planejada e construída de forma participativa, considerando as perspectivas dos idosos, ao encontro de suas reais necessidades e participação social.

Palavras-chave


Saúde do Idoso; Atenção Primária à Saúde; Avaliação em Saúde