Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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HANSENÍASE EM ÉPOCA DE PANDEMIA DA COVID-19: REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA
GERLANE CRISTINNE BERTINO VÉRAS, BRUNO NEVES DA SILVA, FRANCISCO WASHINGTON EVARISTO SOARES, EDILCÉLIO NEGREIRO PESSOA JÚNIOR, JHÉSSYCA CRISTINA CORREIA ARAÚJO, MARIA JÚLIA GUIMARÃES OLIVEIRA SOARES

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: A COVID-19, classificada como pandemia em março de 2020, trouxe consigo várias indagações sobre como proceder no tratamento de pessoas já comprometidas por outras doenças, como é o caso da hanseníase e suas complicações. OBJETIVO: Descrever as principais orientações citadas na literatura nacional e internacional para o acompanhamento e tratamento das pessoas com hanseníase e suas complicações em época da pandemia da COVID-19. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada em junho de 2020 nas bases de dados PUBMED, SciELO, Scopus, e no Localizador de Informação em Saúde, utilizando-se dos descritores indexados Coronavirus Infections AND Leprosy OR Infecciones por Coronavirus AND Lepra OR Infecções por Coronavirus AND hanseníase, publicados em 2019 e 2020. Foram encontrados e selecionados cinco títulos relacionados às orientações sobre o acompanhamento e tratamento das pessoas com hanseníase e suas complicações, dos quais foram extraídas as informações pertinentes para responder ao objetivo do estudo em tela. RESULTADOS: Após leitura completa dos cinco textos, todos indexados no Localizador de Informação em Saúde, constatou-se, até o momento, que não há indicação de interação específica entre a COVID-19 e a hanseníase, consequentemente, segue-se as mesmas diretrizes terapêuticas recomendadas para população em geral. Recomenda-se que as ações de controle da hanseníase, como busca ativa de casos, rastreamento de contatos e de quimioprofilaxia sejam adiadas até novas orientações, porém a consulta na clínica, seja para diagnóstico, acompanhamento, avaliação neural periódica, e o tratamento padrão ou para as neurites, devem continuar caso não haja contraindicação específica, porém a entrega dos poliquimioterápicos poderá ser feita para dois ou três meses (apesar de não ser uma unanimidade), desde que não haja prejuízos aos serviços. Quanto às intervenções consideradas não urgentes, devem ser adiadas. Evidencia-se também a necessidade de aumentar a conscientização entre os profissionais de saúde e outros sobre os possíveis agravamentos de problemas psicossociais e/ou por incapacidade física vivenciados pelas pessoas com hanseníase em decorrência das ações de controle da COVID-19 e as possíveis formas de minimizá-los, como, por exemplo, visita domiciliar, contato telefônico ou por outros meios (redes sociais). Ademais, as organizações governamentais e não-governamentais devem favorecer o acesso a direitos (pensões ou fornecimento de alimentos básicos) das pessoas com deficiências por hanseníase. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Constata-se a necessidade dos profissionais de saúde atentarem para as orientações atuais sobre o acompanhamento e tratamento das pessoas com hanseníase ou suas complicações durante a pandemia da COVID-19, na perspectiva de prevenir maiores complicações na saúde mental e física das pessoas.

Palavras-chave


Palavras-chave: Infecções por Coronavirus; Hanseníase; Pandemias;