Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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A DESCENTRALIZAÇÃO DOS TESTES RÁPIDOS DE HIV PARA A ATENÇÃO BÁSICA
BEATRIZ REZENDE DE BRITO CARVALHO, CARLA RUBIA DUARTE, GABRIEL FRANCISCO AMARAL-SPERANZA, MARINA LOUZADA GUMZ, LIRANE ELIZE DEFANTE FERRETO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: O vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) fragiliza o sistema imune do indivíduo infectado, tornando este vulnerável a doenças oportunistas. Os testes rápidos para HIV são um modo rápido, de baixo custo, altamente específicos e sensíveis, usados no diagnóstico precoce do HIV. Frente ao avanço do vírus junto a população, o Ministério da Saúde tem incentivado o uso desse recurso para o monitoramento da população e a descentralização do acesso ao diagnóstico do HIV para a atenção básica. Essa prática já vem sendo realizada em vários municípios brasileiros. OBJETIVO: Descrever os fatores que permeiam a descentralização dos testes rápidos de HIV para atenção básica. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa de artigos brasileiros, coletados a partir das plataformas Portal de Periódicos CAPES: MEDLINE, SciELO, Lilacs e Biblioteca Virtual em Saúde. Na pesquisa foram utilizados os descritores “descentralização” and “teste rápido” and “HIV”, e restringiram-se os arquivos publicados entre 2016 e 2020. Dos artigos identificados com os descritores, apenas dezesseis (16) publicações foram selecionadas por apresentarem em seu resumo informações condizentes com o tema abordado. RESULTADOS: A possibilidade de descentralização engloba condições que são classificadas em “fragilidades” ou “oportunidades”. Dentre as fragilidades, a literatura relata a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde para realização do teste rápido e a sensibilização prévia da equipe sobre o tema, além das dificuldades para produção dos cursos, a sobrecarga de serviços e a rotatividade dos profissionais na rede. Além disso, seriam desafios para as ações e estratégias as especificidades locais e a liberação de recursos financeiros. Quanto aos fatores oportunos à descentralização, a bibliografia cita a proximidade física e o contato da equipe de saúde da atenção básica com os usuários, a possibilidade de aconselhamento pré e pós-teste, a ampliação do diagnóstico, a diminuição da transmissão e a minimização das subnotificações. A divisão de responsabilidades entre atenção primária e secundária articularia melhor os serviços. As facilidades referentes ao acesso, custo, execução e resultado do teste rápido também seriam fatores propícios à descentralização. CONCLUSÕES: Apesar dos desafios provenientes dos fatores que implicam a descentralização dos testes rápidos de HIV para a atenção básica, prevalecem os benefícios, favorecendo a ampliação do diagnóstico de pacientes infectados e colaborando para a diminuição das taxas de transmissão do vírus. Torna-se, assim, imprescindível a cooperação entre gestores municipais, profissionais da saúde em nível de atenção primária e secundária e a comunidade local para a implementação eficaz da descentralização destes testes de rastreamento na atenção básica.

Palavras-chave


Teste rápido; HIV; Atenção básica