Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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O COMBATE À SÍFILIS CONGÊNITA: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO EM SAÚDE
EDUARDO DOMINGUES DE ALMEIDA, DIOGO HENRIQUE MENEGUELLI, LAURA FERREIRA CORTES, GUILHERME EMANUEL WEISS PINHEIRO, LIANE BEATRIZ RIGHI, MARINEL MÓR DALLA’AGNOL

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: a sífilis congênita é uma doença infectocontagiosa transmitida verticalmente durante a gestação, sendo considerada um importante problema de saúde pública. Além dos danos físicos e psicológicos a nível individual, a doença acarreta, anualmente, elevados custos financeiros aos sistemas de saúde. Para o adequado controle da infecção, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os Instrumentos de Gestão em Saúde tornam-se importantes mecanismos para o planejamento eficaz das ações a serem executadas, fortalecendo e aprimorando o SUS em todos os seus níveis. Objetivos: analisar os instrumentos de gestão em saúde pertencentes a um município do interior do Rio Grande do Sul, referentes ao período de 2004 a 2018, a fim de identificar como a problemática da sífilis congênita foi abordada através das ações planejadas e executadas descritas nesses documentos. Material e Métodos: estudo descritivo e documental que analisou o Plano Municipal de Saúde (PMS), Relatório Anual de Gestão, Programação Anual de Saúde e Relatório Físico Financeiro e de Gestão de Indicadores Anual, emitidos pela Secretaria Municipal de Saúde durante o período de 2004 a 2018. A partir dos documentos, foram extraídas as ações planejadas e executadas de combate à sífilis congênita em cada ano, bem como indicadores da doença, possibilitando construir um panorama temporal do planejamento e execução das ações, bem como avaliar os possíveis impactos que as mudanças na gestão exerceram no número de novos casos da doença durante o período estudado. Resultados: os instrumentos analisados possuem ações planejadas e executadas de monitoramento e investigação relacionadas à sífilis congênita na maioria dos anos estudados, principalmente a realização de testes rápidos de diagnóstico de sífilis na Atenção Primária à Saúde. Porém, destaca-se a carência de documentos disponíveis em todo o período analisado, principalmente nos anos anteriores a 2011, o que dificulta compreender integralmente como a gestão municipal abordou o combate à doença. Nota-se também que a periodicidade de publicação dos documentos não é respeitada, especialmente a divulgação do PMS. Além disso, é recorrente a presença de informações inespecíficas, como indicadores da doença que são citados sem apresentarem valores numéricos a eles associados e existência de ações e metas pouco detalhadas. Verifica-se ainda que apenas o PMS do período 2018-2021 aborda a doença em seu eixo principal de planejamento. Por fim, ressalta-se que a incidência de sífilis congênita foi considerada elevada e crescente na maioria dos anos subsequentes. Conclusões: espera-se que a gestão do município dê maior atenção aos instrumentos de gestão em saúde, respeitando os prazos em que devem ser emitidos, além de expor dados e ações que sejam de fácil entendimento, possibilitando maior controle no avanço da doença e permitindo o aperfeiçoamento do sistema de saúde.

Palavras-chave


Sífilis Congênita; Administração de Serviços de Saúde; Saúde Pública;