Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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INTERNAÇÕES POR ANOMALIAS CONGÊNITAS DO QUADRIL E O IMPACTO ECONÔMICO NO SUS NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
LUÍS FILIPE BORTOLOTTO UGALDE, GABRIEL DIAS OLIVEIRA, GUILHERME DA FONSECA VILELA, STEFANO HENRIQUE EBERHART SILVA PINTO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução
Malformações ou anomalias congênitas (AC) dizem respeito ao grupo de alterações morfofuncionais que ocorrem durante a vida intrauterina e são evidentes ao nascer ou com manifestação tardia, sendo sua causa atrelada a fatores genéticos, ambientais ou desconhecidos. Segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, no Brasil, entre 1994-2018, as malformações osteomusculares tiveram maior prevalência – especialmente as de quadril e pé. Denomina-se displasia do desenvolvimento do quadril a faixa de anormalidades de natureza anatômica que acometem o quadril, de origem congênita ou não. A ocorrência desta condição é multifatorial, envolve aspectos étnicos, geográficos, e tem prevalência estimada de 1 a 17 a cada 1000 nascimentos vivos.
Sabe-se que as AC acarretam em impactos familiares, sociais e econômicos. Neste, expressa-se através da maior chance de internação e reinternações ao longo da vida. Ademais, as AC implicam em taxas altas de anos potenciais de vida perdidos, bem como demandam de uma série de cuidados para que a qualidade de vida do portador seja garantida. Nesse contexto, faz-se necessário o Estado reconhecer o impacto econômico das internações relacionadas às deformidades congênitas do quadril (DCQ) para embasar planejamentos a fim de garantir o direito a saúde através da assistência adequada dos portadores.
Objetivo
Descrever o número de internações por DCQ no Brasil e os gastos relacionados no período entre 2010 e 2019.
Material e métodos
Estudo transversal descritivo e retrospectivo com base na observação dos dados do Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS). Foram incluídas todas as internações por deformidades congênitas do quadril registradas por ano, entre 2010 e 2019 ocorridas no Brasil. As variáveis analisadas foram: internações por ano, custo total, custo médio por internação, regime de atendimento, tempo médio de internação e faixa etária.
Resultados
Entre 2010 e 2019 foram registradas 13.745 internações por deformidades congênitas do quadril no Brasil. No período, houve um aumento de 11,65% de internações. No total, representam um custo ao SUS de R$ 17.317.207,38. O custo médio de cada internação é de R$ 1.259,89 sendo que 39,77% das internações tiveram caráter de urgência. O tempo médio de internação foi de 4,1 dias. As faixas etárias que mais tiveram internações foram: 0 a 4 anos com 42,14% (n=5.793) e entre 5 e 14 com 29,03% (n= 3.991).
Conclusão
Fica evidente que as internações por DCQ geram um grande impacto econômico no SUS, bem como na vida dos indivíduos, cujo acompanhamento deve ser longitudinal e é um dever que compete ao Estado. Portanto, faz-se necessário a coordenação de atitudes entre profissionais e gestores para um manejo adequado. Através da gestão da federação de ações e serviços a fim de garantir assistência integral aos indivíduos portadores, será possível assegurar o direito à saúde com o menor impacto aos cofres públicos.

Palavras-chave


deformidades congênitas de quadril; gastos em saúde; hospitalizações