Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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VISITA DOMICILIAR NA FORMAÇÃO MÉDICA: APRENDIZADO ACERCA DA APLICABILIDADE DA REDE CEGONHA
VICTÓRIA NOBRE LÚCIO GOMES, ÍTALO XAVIER DOS SANTOS SALES, WALLISEN TADASHI HATTORI

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A Rede Cegonha é uma Rede de Atenção à Saúde (RAS) instituída a fim de promover uma atenção humanizada à mulher no que tange ao planejamento reprodutivo, perpassando a gravidez, o parto, o puerpério e chegando aos cuidados da criança. Nesse sentido, o estudo dessa RAS é fundamental na formação médica, para isso, as visitas domiciliares são aliadas, posto que aproximam os estudantes da realidade vivida pela comunidade. Objetivos: Relacionar criticamente os componentes da Rede Cegonha com a realidade de puérperas do território de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do município de Uberlândia. Métodos: A atividade foi proposta pelo Módulo de Saúde Coletiva IV, do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia. O planejamento das ações se iniciou em uma UBSF, em que as docentes apresentaram endereços de mulheres, assistidas em seus pré-natais e puerpérios nessa Unidade, as quais consentiram em receber visita acadêmica domiciliar. Além disso, os alunos utilizaram tópicos norteadores, a partir dos quais seriam estabelecidas discussões com as puérperas. Ao chegar aos domicílios, os estudantes conduziram um diálogo que envolveu aspectos do pré-natal, do parto e do puerpério, para entender a realidade vivida pelas mulheres do território de abrangência da UBSF. Resultados: Durante a atividade, duas situações se destacaram. A primeira foi a de uma puérpera que relatou ter tido acesso aos componentes da Rede Cegonha, como o início precoce do pré-natal, a vinculação ao local de parto com antecedência e o acesso à educação em saúde sexual e reprodutiva. Por outro lado, a segunda puérpera alegou ter iniciado o pré-natal apenas por volta da vigésima oitava semana de gestação, devido aos desafios enfrentados por se encontrar em uma gravidez na adolescência. Ademais, essa não teve acesso ao local de parto, anteriormente à sua ocorrência, e não se recordou de ter recebido informações acerca da saúde e do planejamento reprodutivo. Nesse sentido, graças às visitas domiciliares, o grupo percebeu que os componentes da Rede Cegonha são factíveis e, quando efetivados, trazem benefícios à saúde da mulher e da criança. Porém, a gestação na adolescência pode ser um desafio para o cumprimento dessa RAS, posto que essa situação requer uma atenção mais específica, ressaltando o cuidado humanizado. Conclusão: Essa atividade foi imprescindível para agregar os eixos teórico e prático, ao tornar visíveis os desafios encontrados na comunidade, os quais podem dificultar a aplicabilidade da Rede Cegonha. Ademais, a ação proporcionou o estabelecimento de vínculo entre acadêmicos e sociedade, contribuindo para a formação de profissionais mais atenciosos à necessidade de se criar medidas voltadas para a inserção efetiva nas RAS de grupos vulneráveis.

Palavras-chave


Saúde Pública; Educação Médica; Visita Domiciliar;