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Introdução: O tabagismo é o principal fator de risco de morte por doenças crônicas não transmissíveis, responsável por 6 milhões de óbitos ao ano. Estima-se que o uso do tabaco está associado a 75% dos casos de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 22% das mortes por câncer e 10% das mortes por doenças cardíacas. O Brasil tem ganhado destaque internacional no controle do tabagismo, centralizando o cuidado ao usuário tabagista no nível da Atenção Primária à Saúde (APS), através de intervenções cognitivas e treinamento de habilidades comportamentais, visando à cessação e a prevenção de recaída. Ademais, em casos específicos, é utilizado o apoio medicamentoso como forma complementar do tratamento. Nesse contexto, torna-se imprescindível identificar os usuários que buscam tratamento na APS, buscando o reconhecimento da individualidade de cada usuário, o que torna-se essencial para o sucesso da cessação do uso do tabaco. Objetivo: Caracterizar os usuários atendidos em um Programa de Controle do Tabagismo municipal.
Material e Métodos: Trata-se de um estudo de natureza documental, descritiva, de abordagem quantitativa com utilização de fontes primárias. A coleta dos dados ocorreu nos meses de outubro a dezembro de 2019. Realizou-se análise de prontuários dos usuários atendidos pelo Programa de Controle do Tabagismo (PCT) de um município de médio porte, localizado no norte do Paraná, no ano de 2019. Compuseram a amostra 303 usuários pertencentes às 18 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município que ofertaram grupos de cessação tabágica no ano analisado. Os dados foram tabulados e organizados através do software Microsoft Office Excel 2016 e descritos por meio de frequência absoluta e relativa. O estudo tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob o parecer n° 2.278.656.
Resultados: Dentre os 303 usuários que participaram do PCT no ano de 2019, 60% eram do sexo feminino, predominando a participação da população idosa acima de 60 anos, totalizando 19,4%. Em relação ao estado civil, 47,5% eram casados. Observou-se que a maioria dos usuários possuíam algum grau de instrução, totalizando 33,3% com 2° grau completo e 14,5% com ensino superior. Quando questionados a respeito das situações as quais o cigarro está associado no seu dia-a-dia, 22,4% referiram “ao falar no telefone”, e somente 0,33% referiram “na alegria”.
Conclusões: Conclui-se que no ano analisado houve uma alta procura de usuários para o tratamento do tabagismo no município, com predominância do sexo feminino, da população acima de 60 anos, com união estável e grau de escolaridade elevado. Destaca-se a alta associação do tabagismo ao ato de falar ao telefone, conforme referido pelos usuários.

Tabagismo; Atenção Primária à Saúde; Prevenção do Hábito de Fumar;