Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PERFIL DE INTERNAÇÃO POR INFECÇÃO GONOCÓCICA NO BRASIL NOS ANOS DE 2010 A 2019: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
PAULA PACHECO KATOPODIS, BÁRBARA CUSTÓDIO SILVA RODRIGUES, CAMILA DE ASSUNÇÃO MARTINS, JOAQUIM FERREIRA FERNANDES, ROBERPAULO ANACLETO NEVES

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: A infecção gonocócica é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que pode afetar uretra, colo do útero, membranas conjuntiva e córnea ocular e raramente infecta articulações, pele e coração. A transmissão da doença é quase sempre por via sexual sem proteção, sendo que a chance de uma mulher transmitir para um homem é menor que a de homem transmitir para mulher. Apesar de ser mais fácil a contaminação de mulheres por via sexual, em homens é mais fácil o diagnóstico da doença, pois os homens apresentam um leve desconforto uretral ao urinar e o pênis pode ficar vermelho e edemaciado, e em mulheres o diagnóstico é basicamente por exames de rotina, devido a manifestação da doença ser a secreção vaginal e aumento da frequência da micção, que podem ser negligenciadas. Essa infecção também pode afetar o feto em mulheres grávidas, podendo infectar os olhos do recém-nascido durante o nascimento, embora seja facilmente tratada nesse caso.
OBJETIVOS: Analisar a frequência das internações por infecção gonocócica no Brasil durante o período de 2010 a 2019. METODOLOGIA: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo, acerca do número de internações por infecções gonocócicas no Brasil de acordo com o sexo e ano de internação. Foram extraídos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, por meio do DATASUS, sendo identificados os dados epidemiológicos entre os anos de 2010 e 2019. RESULTADOS: No período de 2010 a 2019 o número de internações por infecção gonocócica foi maior em mulheres em relação aos homens, sendo 394 e 463 casos, respectivamente. Além disso, o número de internações aumentou em 268% (32 internações) de 2010 para 2019 (118 internações). Entre os anos de 2015 e 2016 houve uma diminuição de 8 casos por ano e de 2017 para 2018 uma diminuição de 21 casos . O aumento de casos também diminuiu a partir de 2014 , sendo que em 2013 para 2014 o aumento foi de 23%, de 2014 para 2015 foi de 19% e o aumento de 2018 para 2019 foi de 2%. CONCLUSÃO: As taxas de internação por mulheres foram maiores, devido a dificuldade de realizar o diagnóstico, ocasionando maior gravidade e necessita de internação. O aumento brusco dos casos de 2010 até 2015 foi devido ao elevado número de diagnóstico da doença e aumento da relação sexual desprotegida entre pessoas do mesmo sexo. Portanto, as políticas de conscientização para essa e outras infecções sexualmente transmissíveis estão se tornando mais importantes e reduzindo o aumento desta infecção.

Palavras-chave


Infecção gonocócica; Gonorreia; Epidemiologia