Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS
NATAN DAVID PEREIRA, LUDMILA LOPES BOLSONI, NAYLA MAZZETTO, LUIZ HIROSHI INOUE, EDUARDO ROCHA COVRE, MARIA APARECIDA SALCI

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é considerada uma doença grave, em que os rins se tornam incapazes de realizarem suas funções, ocasionando em aumento da creatinina, distúrbios sistêmicos, descontrole hormonal e na pressão arterial. Após o diagnóstico, o paciente que necessita realizar hemodiálise passa por uma série de mudanças em seu estilo de vida e atividades cotidianas, afetando diretamente a qualidade de vida.
Objetivo: identificar a percepção de pessoas com IRC submetidas a hemodiálise acerca de sua qualidade de vida.
Materiais e Métodos: Estudo descritivo, exploratório de abordagem qualitativa, realizado em um município de médio porte do estado do Paraná. Participaram do estudo pessoas com IRC que estavam em tratamento de hemodiálise em um serviço especializado de referência. A coleta de dados ocorreu no período de maio a junho de 2019, por meio de entrevistas individuais conduzidas por um questionário estruturado. Foram incluídos os indivíduos maiores de 18 anos e que estavam em tratamento de hemodiálise no período da coleta de dados. Os dados coletados foram analisados de acordo com análise de conteúdo de Bardin tem as seguintes fases para a sua condução: a) organização da análise; b) codificação; c) categorização; d) tratamento dos resultados, inferência e a interpretação dos resultados. Em seguida os mesmos foram transcritos na íntegra e organizados no programa Microsoft Word 2018, posteriormente discutidos e analisados com publicações relacionadas com o presente estudo.
Resultados: Participaram do estudo 59 pessoas em tratamento de hemodiálise, com maior predominância no sexo masculino (83%) e a faixa etária mais recorrente foi dos 50 aos 70 anos de idade. Destes, 93% dos participantes alegaram não realizar acompanhamento psicológico por não julgarem necessário, mesmo tendo referido impacto negativo em sua qualidade de vida após o início do tratamento. Entretanto, identificou-se sentimentos de dificuldade na realização de tarefas cotidianas, afirmando perda e limitações em sua autonomia, prejuízos em sua vida social e temer a morte. Mesmo com diversos comprometimentos psicológicos, houve uma baixa adesão (7%) aos serviços de assistência psicológica.
Conclusões: A realização do estudo aponta que o diagnóstico de insuficiência renal traz consigo uma série de mudanças no estilo de vida e uma série de fatores que podem afetar negativamente o indivíduo a partir do momento em que o mesmo necessita realizar a hemodiálise. A realização do estudo permite afirmar que embora houvesse insatisfação com a dependência da hemodiálise e todas suas limitações, poucos indivíduos procuraram atendimento psicológico através dos baixos índices de adesão ao serviço. Portanto, denota a necessidade de que profissionais de saúde reforcem ainda mais a importância do bem-estar biopsicossocial destes pacientes.

Palavras-chave


Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal; Adaptação Psicológica;