Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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TENDÊNCIA DE ALTERAÇÃO DO PERFIL ETÁRIO NO USO DE PLANTAS MEDICINAIS PELOS USUÁRIOS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE EM TOLEDO-PR
ISAQUE DONIZETT SILVA DE SOUZA, KÁDIMA NAYARA TEIXEIRA, GABRIELA RODRIGUES M. FLORÊNCIO, FERNANDA MORINIGO GUEVARA, DAGNA KAREN DE OLIVEIRA, ALINE DANIEL DA SILVA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A utilização de plantas medicinais no Brasil é bastante difundida desde antes da colonização, já na época de domínio do território sul-americano pelos nativos em solo brasileiro antes da chegada dos desbravadores europeus ao território. Passados os períodos de revoluções científicas que inauguraram novas ideias ao mundo, cada vez mais o homem sul-americano aderiu ao uso de plantas medicinais, inaugurando os primeiros esboços da Farmacopéia Brasileira. Considerando a passagem hereditária dos conhecimentos acerca da utilização das plantas medicinais pela população de senso comum, tem se observado até então maior frequência de uso nas faixas etárias mais antigas da população. Objetivo: Analisar o perfil de utilização de plantas medicinais por faixa etária nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que possuem o programa Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de Toledo-PR. Material e Métodos: A pesquisa ocorreu entre os anos de 2017 a 2019 no município de Toledo-PR. A coleta dos dados foi feita em sete UBS-ESF. Após explicação e assinatura de um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), foi aplicado aos usuários das UBS-ESF um roteiro estruturado contendo perguntas sobre o uso de plantas para fins terapêuticos. Os dados foram compilados em planilhas eletrônicas e analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: As coletas realizadas nas sete UBS-ESF totalizam 395 entrevistas, sendo 295 foram consideradas válidas de acordo com o critério de utilização das plantas medicinais, o que correspondeu a 98,67%. A UBS-ESF com maior número de entrevistas válidas foi a UBS-ESF Jardim Pancera (~21%), seguida pelas UBS-ESF Jardim São Francisco (~16%), Jardim Panorama (~16%), Santa Clara (~14%), Jardim Concórdia (~14%), Jardim Europa (~11%) e Copagro (~8%). As entrevistas válidas foram divididas em três faixas etárias: 10 - 29 anos (61), 30 - 59 anos (171) e 60 - 89 anos (63). A maioria dos entrevistados válidos (78,6%) possuía até 59 anos e, 21,4% acima de 60 anos, idade considerada legalmente início da classe idosa de acordo com o Estatuto do Idoso. Considerações Finais: A literatura embasa que a utilização de plantas medicinais é realizada por pessoas mais idosas que acabam passando tal conhecimento empírico às próximas gerações de suas famílias. Os dados tabulados nessa pesquisa contradiz a literatura apontando uma tendência à alteração de perfil etário de utilização dessas plantas. As hipóteses para essa mudança podem ser, possivelmente, a maior informação disponibilizada pelas tecnologias utilizadas por pessoas de faixas etárias menores; maior acesso a informações acerca das plantas disponibilizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde devidamente treinados para esse fim; e o alto custo de muitos medicamentos, o que leva à busca por tratamentos alternativos.

Palavras-chave


Plantas medicinais; Faixa etária; Centro de Saúde;