Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

Tamanho da fonte: 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO BACHAREL EM SAÚDE COLETIVA: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
MICHELE CRISTINA DULLIUS, VINÍCIO OLIVEIRA DA SILVA, ANA BEATRIZ MATTOZO CORDEIRO, JACKELINE MARIA DE ALMEIDA SOUZA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: Os Cursos de Graduação em Saúde Coletiva (CGSC) no Brasil, se configuram como uma nova modalidade de formação do sanitarista no campo da Saúde Coletiva (SC). Após 10 anos de sua implementação, já são 22 cursos distribuídos entre instituições federais de ensino superior das cinco regiões do país. Por se tratar de uma nova graduação, iniciada sem amparo das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) - as quais foram aprovadas após 9 anos da abertura dos cursos - e pela novidade que representa no campo da SC, torna relevante analisar a produção científica brasileira sobre esta formação. OBJETIVO: Analisar a produção científica sobre a formação profissional do bacharel em Saúde Coletiva no Brasil. MÉTODO: Foi realizado um estudo de síntese da literatura científica, a partir de artigos, teses e dissertações sobre a temática, sendo considerados estudos nacionais, com texto em língua portuguesa, no SciELO, na Lilacs, e no portal de periódicos da CAPES, publicados a partir do ano 2009 (período que marca a abertura dos primeiros cursos), utilizando o descritor “Saúde Coletiva”, combinado com as palavras: recursos humanos, graduação, sanitarista e formação profissional. Procedeu-se à análise, realizando-se leitura interpretativa e sistematização, a partir dos textos completos dos trabalhos selecionados. RESULTADOS: A pesquisa resultou em um total de 98 documentos, dos quais foram selecionados 58 para análise preliminar. Após a exclusão dos trabalhos que não atendiam aos critérios de inclusão e das duplicidades, foram selecionadas para o presente estudo, 10 publicações que tratam, especificamente, da formação profissional do bacharel em SC. No que se refere à modalidade dessas publicações, 90% são artigos e 10% tese de doutorado. Os estudos empíricos são 30%, ensaios teóricos (40%) e relato de experiência (30%). As publicações estão baseadas no acúmulo de experiências de implementação dos cursos em vários estados. Do total, 40% abordam o ensino das Ciências Sociais em Saúde e da Antropologia nos cursos; 10% trata do ensino de promoção e educação em saúde; 10% sobre a importância do ensino sobre gênero; 30% trazem concepções e experiências com o estágio supervisionado e o processo de construção de cenários práticos e; 10% sobre a docência nos CGSC, no Brasil. A literatura revela que há falta de uniformidade na nomenclatura dos cursos e aponta para uma diversidade de desenhos curriculares. A implantação dos cursos, inicialmente, sem amparo das DCN pode ter contribuído para este cenário. CONCLUSÕES: Os resultados mostram que há muitas lacunas na produção científica sobre a temática, a exemplo de evidências sobre: formulação, estrutura e conteúdos curriculares; articulação ensino-serviço e cenários de práticas; métodos, processos e instrumentos envolvidos na formação, dentre outros. Ainda assim, foi possível verificar que os CGSC ainda precisam superar muitos desafios para sua consolidação.

Palavras-chave


Saúde Pública; Educação em Saúde; Recursos Humanos em Saúde;