Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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A INTERPROFISSIONALIDADE E A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NA PRÁTICA EXTENSIONISTA COM ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL
MICHELE CRISTINA DULLIUS, VINÍCIO OLIVEIRA DA SILVA, MARINA TEANI MOREIRA, RAFAELA CARVALHO DE AMORIM, JÉSSICA TEIXEIRA GONÇALVES, MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a formação profissional tem sido colocada no centro dos debates sobre a reorientação do modelo de atenção em saúde e se destacado nas políticas deste campo. Embora o ensino em Saúde Coletiva venha avançando, ainda há muitos desafios, dentre os quais destaca se a necessidade de inserção dos estudantes em espaços de práticas e reflexão. Nessa perspectiva, a educação interprofissional tem sido colocada como estratégia de superação da fragmentação da formação, ainda uniprofissional. OBJETIVO: Analisar as ações extensionistas, de educação popular em saúde, fundamentadas nos pressupostos da educação interprofissional, no âmbito do projeto PET Saúde. MÉTODO: Foi realizada análise de situação de saúde da área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no município de Paranaguá, pelos estudantes, docentes e profissionais de saúde da ESF e do NASF. A análise deu subsídios para o planejamento de ações de educação popular, direcionadas a problemas e necessidades de saúde de um grupo de adolescentes em situação de vulnerabilidade social. As ações foram desenvolvidas em 08 encontros quinzenais, com a participação de 15 a 18 adolescentes, na faixa etária de 11 a 15 anos, com abordagens sobre diversos temas de interesse e pertinência ao contexto social em que estão inseridos: atividade física, música e arte, imagem corporal, cuidados pessoais e higiene, sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, gênero e diversidade. A interação prezou pelo diálogo e valorização dos diferentes saberes dos sujeitos envolvidos. RESULTADOS: As ações desenvolvidas favoreceram a reflexão e discussão, respeitando as diferentes experiências e saberes, possibilitaram a aquisição de novos conhecimentos e colocaram em evidência novas questões. A vivência nas atividades de extensão foi favorável à prática colaborativa entre estudantes, profissionais de saúde e docentes de diferentes formações, numa perspectiva menos individualizante e mais contextual e coletiva. Esses aspectos são fundamentais para superação da prática uniprofissional e para futuras atuações dos estudantes enquanto profissionais. Foi possível observar a relação entre universidade e sociedade e o compartilhamento de saberes entre esses dois espaços, capazes de modificar a forma como o sujeito observa e percebe a realidade do mundo a sua volta. Outros aspectos envolvem maior contato com os problemas sociais, a capacidade de dialogar e trabalhar com diferentes atores sociais, planejando e desenvolvendo novas metodologias de trabalho e ensino e adquirindo uma maior capacidade de escuta. CONCLUSÕES: A educação interprofissional, por meio de práticas extensionistas podem favorecer importantes processos de mudanças na formação em saúde, ao possibilitar aproximação aos serviços de saúde e à comunidade, trazendo uma compreensão ampla da realidade social dos indivíduos, de suas relações e de seus modos de vida.

Palavras-chave


Formação Profissional; Atenção Primária à Saúde; Extensão Comunitária;