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A INTERPROFISSIONALIDADE E A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NA PRÁTICA EXTENSIONISTA COM ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a formação profissional tem sido colocada no centro dos debates sobre a reorientação do modelo de atenção em saúde e se destacado nas políticas deste campo. Embora o ensino em Saúde Coletiva venha avançando, ainda há muitos desafios, dentre os quais destaca se a necessidade de inserção dos estudantes em espaços de práticas e reflexão. Nessa perspectiva, a educação interprofissional tem sido colocada como estratégia de superação da fragmentação da formação, ainda uniprofissional. OBJETIVO: Analisar as ações extensionistas, de educação popular em saúde, fundamentadas nos pressupostos da educação interprofissional, no âmbito do projeto PET Saúde. MÉTODO: Foi realizada análise de situação de saúde da área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no município de Paranaguá, pelos estudantes, docentes e profissionais de saúde da ESF e do NASF. A análise deu subsídios para o planejamento de ações de educação popular, direcionadas a problemas e necessidades de saúde de um grupo de adolescentes em situação de vulnerabilidade social. As ações foram desenvolvidas em 08 encontros quinzenais, com a participação de 15 a 18 adolescentes, na faixa etária de 11 a 15 anos, com abordagens sobre diversos temas de interesse e pertinência ao contexto social em que estão inseridos: atividade física, música e arte, imagem corporal, cuidados pessoais e higiene, sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, gênero e diversidade. A interação prezou pelo diálogo e valorização dos diferentes saberes dos sujeitos envolvidos. RESULTADOS: As ações desenvolvidas favoreceram a reflexão e discussão, respeitando as diferentes experiências e saberes, possibilitaram a aquisição de novos conhecimentos e colocaram em evidência novas questões. A vivência nas atividades de extensão foi favorável à prática colaborativa entre estudantes, profissionais de saúde e docentes de diferentes formações, numa perspectiva menos individualizante e mais contextual e coletiva. Esses aspectos são fundamentais para superação da prática uniprofissional e para futuras atuações dos estudantes enquanto profissionais. Foi possível observar a relação entre universidade e sociedade e o compartilhamento de saberes entre esses dois espaços, capazes de modificar a forma como o sujeito observa e percebe a realidade do mundo a sua volta. Outros aspectos envolvem maior contato com os problemas sociais, a capacidade de dialogar e trabalhar com diferentes atores sociais, planejando e desenvolvendo novas metodologias de trabalho e ensino e adquirindo uma maior capacidade de escuta. CONCLUSÕES: A educação interprofissional, por meio de práticas extensionistas podem favorecer importantes processos de mudanças na formação em saúde, ao possibilitar aproximação aos serviços de saúde e à comunidade, trazendo uma compreensão ampla da realidade social dos indivíduos, de suas relações e de seus modos de vida.
Palavras-chave
Formação Profissional; Atenção Primária à Saúde; Extensão Comunitária;