Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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INTERVENÇÃO NUTRICIONAL COM OS MORADORES DA ILHA DO TEIXEIRA, PR
RAFAELA OLIVEIRA PETERS, JESSICA CRISTINE KAMPA, CIBELE LUIZA DE ALMEIDA, KEITEY POLATO, SILVANA SANTOS

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A Ilha do Teixeira está localizada no município de Paranaguá, PR, fica a 82,8km de Curitiba. Nela, vivem cerca de 55 famílias, grande maioria sustentada pela pesca local e cultivo marinho. No local, não há saneamento básico ou serviços de saúde e, em caso de qualquer necessidade - básica ou urgente - os moradores precisam se deslocar de barco até a cidade de Paranaguá para atendimento. Também não há fácil acesso a alimentos na Ilha, comprometendo a Segurança Alimentar e Nutricional de moradores da localidade. Objetivo: Contribuir para a promoção da saúde, com foco na assistência nutricional, dos moradores da Ilha do Teixeira, Paranaguá, PR. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de base populacional. O estudo foi dividido em duas visitas na Ilha. Na primeira visita em Agosto de 2018, os colaboradores foram de casa em casa e coletaram os seguintes dados: idade, peso, altura e circunferência abdominal. A partir disso, foi calculado o Índice de Massa Corporal e posteriormente feita a classificação segundo a OMS (2001). Também foi classificado o risco de doenças cardiovasculares com base na Circunferência Abdominal, segundo a OMS. Na segunda visita, em Novembro de 2018, foi realizada uma Intervenção, usando a Educação Nutricional, onde foram utilizados os seguintes materiais: réplicas de alimentos, escada representativa do processamento dos alimentos ultraprocessados, processados e in natura. Também foi usado o modelo de um prato saudável, onde o mesmo ficou exposto em uma escola local para acesso de todos. Resultados: Na primeira visita, foram avaliados 39 adultos, sendo 23 homens e 16 mulheres. A média de idade foi de 42,7±19. Foram classificados com excesso de peso 48,7% (n=19) dos indivíduos; dentre eles 28,2% (n=11) com sobrepeso, sendo 10,3% (n=4) mulheres; 20,5% (n=8) com obesidade grau I, sendo 15,4% (n=6) mulheres. Foram classificados com desnutrição 12,8% (n=5), sendo 2,6 (n=1) mulheres. Apenas 38,5% (n=15) dos indivíduos avaliados foram classificados como eutróficos, sendo 12,8% (n=5) mulheres. Apresentaram risco de DC 33,3% (n=13), sendo 25,6% (n=10) mulheres. Observou-se que os adultos possuem conhecimento sucinto de alimentação saudável, mas não colocam em prática. As crianças não identificaram alimentos como berinjela, beterraba, brócolis, couve flor e vagem. Todos afirmaram não gostar de pelo menos 1 alimento exposto, sendo os mais citados: cenoura, berinjela repolho, beterraba e vagem. Conclusão: Portanto, diante das informações levantadas, verifica-se a importância de trabalho continuado de orientação alimentar e nutricional na localidade, visto que apresentam risco para doenças crônicas. Além disso, ressalta-se que a educação e avaliação nutricional devem considerar as condições socioeconômicas dos moradores, além de, junto com equipe multiprofissional aplicar ações práticas e políticas públicas visando a melhoria da qualidade de vida.

Palavras-chave


Perfil Nutricional; Hábitos alimentares; Nutrição