Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS COMO INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E PREDITOR DE OBESIDADE
DAGNA KAREN DE OLIVEIRA, DYAYNE CARLA BANOVSKI, IANCA PYETRA DE ALMEIDA, CAMILA LOPES MANETTI, BRUNA FERNANDES, GERUZA MARA HENDGES

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A obesidade, conceituada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como epidemia mundial crescente há três décadas, pode ser diagnosticada por medidas antropométricas, que são de fácil obtenção e baixo custo. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes em uma cidade no Oeste do Paraná. Materiais e Métodos: Estudo transversal, de caráter exploratório e quantitativo, que avaliou parâmetros antropométricos de crianças e adolescentes participantes da ação “A saúde começa pela boca”, no lago Municipal de Toledo, em 2019, após explicação e preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos responsáveis. A atividade foi desenvolvida no dia das crianças, por acadêmicos de medicina vinculados a uma liga de pediatria, em parceria com uma clínica odontológica e prefeitura do município. Foram realizadas também ações de educação sobre higiene oral e dieta adequada. Os dados obtidos foram organizados em planilha eletrônica e analisados com base em estatística descritiva. Resultados: A pesquisa envolveu 164 crianças e adolescentes de 1 a 13 anos, de ambos sexos. A análise do índice de massa corporal (IMC), segundo parâmetros da OMS, revelou 64,6% de eutrofia, seguido de 16,5% obesidade, 11,6% sobrepeso, 3,7% risco de sobrepeso e 3,7% magreza. Quanto aos sexos, o percentual de crianças acima do peso foi de 29% nas meninas e 35% para meninos. Entre as crianças de 1 a 10 anos, 18,4% estavam com peso elevado para a idade e três com baixo peso. A relação cintura abdominal por estatura (RCE) apresentou valor maior que 0,5 em 25% dos analisados. A maioria (97%) dos pesquisados foram classificados com Z escore para estatura entre > -2 e < 2 (adequada para idade) e apenas 3% com Z escore < -2 (baixa estatura). Conclusão: Os achados do estudo demonstram que há um percentual significativo de crianças e adolescentes com elevada RCE (25%) e IMC para a idade (31,8%), evidenciando risco de doenças metabólicas e cardiovasculares. Isso se deve, a múltiplos processos biopsicossociais, com destaque a menor renda familiar, que favorece o consumo de alimentos industrializados, de rápido preparo, com alto valor calórico e baixo teor nutricional. A OMS prevê que em 2022 haverá mais crianças e adolescentes obesos do que com desnutrição moderada. Portanto, cabe a Atenção Primária, por meio da puericultura, e ações em educação em saúde em parceria com meio acadêmico, como evidenciado nesse estudo, estimular hábitos e padrões alimentares adequados, aliados a exercícios físicos regulares, a fim de garantir desenvolvimento e formação de um indivíduo saudável, com menor risco de obesidade e suas complicações. Isso repercute em menores gastos com internamento, possibilitando realocar o investimento, atualmente gasto no tratamento da obesidade, em ações preventivas no âmbito da saúde pública, além de proporcionar qualidade de vida à população.

Palavras-chave


Transição Nutricional; Educação em Saúde; Obesidade