Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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A INTERPROFISSIONALIDADE NO CAPS: RELATO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM, FARMÁCIA E MEDICINA A PARTIR DA VIVÊNCIA NO PET
DAVI FERNANDES DE CASTRO, NICOLLE BOELL HEIDEN, MARIANA NUNES DA SILVA, RAFAELA GESSNER LOURENÇO, ÉDINA SIMÉIA CAMPOS DE SIQUEIRA DE OLIVEIRA, ALLAN KARDEC DE LIMA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade) proporciona o aprimoramento da formação de estudantes de graduação em saúde. Por meio de discussões e vivências em ambientes interprofissionais, visa produzir uma prática de saúde colaborativa e horizontal no cenário do SUS. As atividades são sustentadas pelo conceito da Educação Interprofissional (EIP): processo em que estudantes ou membros de duas ou mais profissões aprendem de forma interativa, com vistas a melhorar a qualidade do cuidado dos sujeitos por meio do conhecimento compartilhado. Entre 842 grupos PET pelo país, o PET-Saúde da Universidade Federal do Paraná conta com cinco subgrupos, entre eles o “Rede de Atenção”.
Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem, farmácia e medicina que atuam no PET-Saúde/Interprofissionalidade sobre a vivência no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e seu impacto na compreensão do trabalho interprofissional.
Materiais e métodos: Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência no grupo PET- Rede de Atenção. O grupo é composto por estudantes bolsistas e voluntários, profissionais de saúde que atuam como preceptores e professores dos respectivos cursos. O período de vivências no CAPS e em outros três serviços da rede (UPA, Laboratório Municipal de Curitiba e UBS), iniciado em abril de 2019, ocorreu em duplas interprofissionais e perdurou por quatro meses. Resultados: As vivências proporcionaram aos estudantes acompanhar acolhimento, grupos terapêuticos, reuniões de equipe, controle social por meio da assembléia de usuários em tratamento no CAPS, conhecer os usuários do serviço e fomentar discussões em mini-equipe para elaboração de estratégias de cuidado como Projeto Terapêutico Singular e articulação com os demais serviços da rede. Além disso, os estudantes compreenderam a importância do desenvolvimento de ações colaborativas baseadas nos saberes de cada profissão, para que, interprofissionalmente, possa se vislumbrar o cuidado integral do usuário no SUS. Para alguns estudantes, o PET-Saúde propiciou o primeiro e único contato com o CAPS durante a graduação, demonstrando potencial para romper com o modelo tradicional do ensino em saúde mental.
Conclusões: A experiência no CAPS pelo PET-Saúde se mostrou uma ferramenta potente para promover reflexões críticas acerca do trabalho interprofissional. A ideia de um diálogo contínuo entre as profissões foi abordada, primeiramente no CAPS E, posteriormente, a reflexão acerca da interprofissionalidade foi expandida para as demais área de atuação das equipes de saúde. Por fim, a vivência demonstrou potencial para modificar o ensino em saúde e contribuiu na formação de profissionais críticos-reflexivos e comprometidos com a valorização do trabalho interprofissional, além de oportunizar a quebra de paradigmas e estereótipos de outras profissões.

Palavras-chave


Educação interprofissional; Saúde mental; Ensino superior;