Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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INSERÇÃO DE ESTUDANTES DA SAÚDE EM COMUNIDADES RURAIS DE ALAGOAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
GIOVANNA BARROS ROLIM, AYARA JHULIA PALMEIRA DANTAS LIMA, DANIELLE NASCIMENTO NUNES, ÉRIKA DE FÁTIMA SOARES MACHADO, MARIA DEYSIANE PORTE DE ARAÚJO, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: Na formação médica atual, a vivência prática ainda é tardia e o contato com a comunidade quase inexistente. Essa dissociação entre a academia e o cotidiano do futuro profissional revela falhas no processo formativo dos profissionais de saúde. Para sanar essa deficiência, as Diretrizes Curriculares Nacionais pressupõem que os cursos de Medicina promovam a interação do acadêmico com usuários e profissionais de saúde no início de sua graduação, a fim de solidificar um perfil de profissional mais humanizado e preparado para agir frente aos problemas reais. O curso de Medicina do campus Arapiraca da Universidade Federal Alagoas ofertou, no segundo semestre de 2018, a disciplina eletiva “Entendendo mais do paciente da comunidade” para promover a inserção e integração do discente com a comunidade e a prática médica. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos da saúde nas práticas da disciplina eletiva. Métodos: A disciplina eletiva permitiu, através de debates com acadêmicos de Medicina, Enfermagem e Educação Física, a compreensão da dimensão da Atenção Primária em saúde. Propiciou também o planejamento e a execução de ações voltadas para grupos de risco de uma UBS local: tabagistas, hipertensos, diabéticos, mulheres e crianças. Resultados: A ascensão de doenças crônicas tornou a visão biomédica insuficiente para lidar com as demandas do serviço de saúde, assim a ampliação da compreensão do processo saúde-doença permitiu integrar diferentes esferas da saúde à atenção primária. Com a inclusão de acadêmicos de diferentes áreas da saúde e a realização de exercícios físicos e práticas culturais nas ações, a disciplina eletiva cumpre com a interdisciplinaridade. Tendo em vista que a efetiva comunicação é fundamental para a prática clínica e que essa habilidade requer prática e aperfeiçoamento constantes, a antecipada inserção dos discentes na comunidade, ao exigir adequação ao vocabulário dos usuários, alavancou a percepção quanto às competências necessárias para desenvolvê-la. As interações promovidas pela disciplina viabilizaram um diálogo entre a universidade e a comunidade, aproximando os dois mundos. Permitiu, além da troca de saberes, estabelecer uma relação de confiança entre estudantes, profissionais e usuários dos serviços de saúde e um trabalho conjunto em prol do bem-estar da comunidade. Conclusão: Esse relato expressa a possibilidade de se criar, no início da vida acadêmica, uma relação com a comunidade, cujo vínculo proporciona benefícios para ambos os lados. Isso acontece pela prevenção e promoção da saúde realizadas de maneira empática, ao melhorar a comunicação e o entendimento dos usuários, e pelo desenvolvimento, por parte dos acadêmicos, das habilidades e competências necessárias para a formação médica. Assim, a disciplina aflorou a sensibilidade do aluno diante das necessidades do usuário, distanciando-o de um perfil de profissional automatizado.

Palavras-chave


Educação Médica; Prática Interdisciplinar; Comunicação em Saúde;