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EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO UM PROCESSO POLITICO-PEDAGÓGICO EMPODERADOR
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: A aplicação do modelo de saúde biomédico e seu consequente fenômeno de medicalização ainda persistem, não oportunizando ao paciente participar do seu próprio processo de adoecimento, tendo em vista que o profissional médico que utiliza uma abordagem tradicional, mais mecânica, em dissonância com a visão crítica e humanizada do atendimento em saúde, não se atenta ao paciente como um todo, a considerar os aspectos subjetivos da pessoa, como: suas ideias, desejos, valores sobre a vida e sua experiência com a doença. Tal que equivocadamente associa problemas de natureza biopsicossocial como patológica, submetendo seu paciente a terapêuticas alheias às necessidades reais do indivíduo. Objetivos: Esta revisão de literatura busca analisar o papel da educação em saúde no desenvolvimento de um processo político-pedagógico empoderador na sociedade brasileira. Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados LILACS, SCIELO e MEDLINE, sendo utilizadas as palavras-chave “educação” e “médica” e “empoderamento". Resultados: Uma educação em saúde comprometida com a responsabilidade social da saúde é uma excelente ferramenta para a construção de indivíduos críticos, além do desenvolvimento da qualidade de vida, adquirida por meio do desenvolvimento individual da autonomia e empoderamento através do processo político-pedagógico. Em diversos casos, o entendimento integral da medicina é utilizado como uma forma de dominação intelectual sobre um indivíduo que não detém os conhecimentos acadêmicos, como as fisiopatologias das doenças e demais processos de adoecimento, além da farmacologia. Do mesmo modo, apesar do médico ter como dever a promoção da isonomia na informação e no cuidado aos enfermos, ainda persistem juízos de valor adotados por profissionais que determinam tratamentos ou intervenções, sem sequer instruir o paciente sobre possíveis consequências e outras opções. Por outro lado, se o próprio sujeito já possui informações e é protagonista do próprio processo de adoecimento, a prevalência de dominações intelectuais, consequentemente, são substancialmente menores. Conclusões: A Educação em Saúde é uma ferramenta sine qua non no processo de empoderamento e conscientização da sociedade acerca do seu próprio processo de saúde-doença e direitos em saúde. Inegavelmente, por meio do conhecimento em saúde, é possível promover uma visão crítica da patologização e medicalização, tão danosos à sociedade brasileira. Com isso, realizando a transformação do status quo político-acadêmico e instigando uma mudança de hábitos de vida, impulsionando condições integralmente mais saudáveis, bem como, uma alimentação saudável e balanceada, a prática de atividades físicas regularmente, uma boa qualidade de sono, o manejo eficiente do estresse, o controle de tóxicos, bem como intervenções conscientes nas determinantes sociais do processo de saúde-doença.
Palavras-chave
Empoderamento; medicalização; educação em saúde;