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Introdução: A população LGBTQIA+ está inserida em um contexto de vulnerabilidade de seus direitos essenciais, incluindo a saúde, evidenciando desafios para a efetivação de políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Destacam-se ações direcionadas ao aumento do acesso aos serviços e o atendimento específico na saúde como fatores indispensáveis para a afirmação social e cultural da saúde dessa população. Ainda hoje, há lacunas na abordagem da temática na grade curricular dos cursos da saúde, sendo superficial e diluída em outras disciplinas - limitado apenas às esferas biológicas e reprodutivas de questões de gênero e sexualidade - gerando falhas no atendimento de saúde, incômodo para os usuários e baixa resolutividade de suas queixas. Dessa forma, evidencia-se a necessidade da realização de atividades e eventos extracurriculares sobre tal temática os quais faltam na formação. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de Medicina e Enfermagem na organização de eventos alusivos à população LGBTQIA+ na área da saúde. Material e Métodos: Estudo descritivo e qualitativo do tipo relato de experiência, manifestando a vivência na organização de eventos da área da saúde sobre saúde LGBTQIA+: 1) “Curso teórico-prático de atendimento a pacientes LGBTQIA+” realizado por uma organização internacional de estudantes de medicina, com 2 dias de atividades envolvendo 40 estudantes da saúde. 2) “Semana do Orgulho 2019” realizada pelo coletivo Todas as Cores, que inclui LGBTQIA+ de enfermagem da região Norte, o qual contou com 5 dias de programação e cerca de 50 de áreas diversas. Resultados: O curso de capacitação de alunos da área da saúde para o atendimento de pacientes LGBTQIA+ abordou atividades teóricas por meio de palestras multiprofissionais e atividades práticas com abordagem de casos clínicos, destacando o respeito ao paciente e o raciocínio clínico frente às especificidades dessas pessoas. Atingiu-se o objetivo principal, sendo uma oportunidade de acesso ao conhecimento aprimorado no campo da saúde LGBTQIA+. O segundo evento aconteceu em diferentes pontos da cidade, tendo como público-alvo a sociedade, abordando a história deste movimento social, os direitos da comunidade e as diferenças entre gênero e sexualidade. Os espaços se encontravam com boa participação e discussão dos assuntos por meio de roda de conversa, atingindo seu objetivo da troca de conhecimentos. Conclusões: Organizar esses eventos foi transformador para as pessoas envolvidas, permitindo a transpassagem de barreiras do academicismo e do biologicismo, em função de construir uma saúde integral, além de compreender a importância de eventos extracurriculares para fechar lacunas na formação em cursos da saúde que visam defender o SUS e o princípio da Equidade, sem, de fato, possuir um currículo equânime.

Minorias Sexuais e de Gênero; Disciplinas das Ciências Biológicas; Políticas Públicas de Saúde;