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Introdução O Resumo apresentado é resultado de estudos e reflexões desenvolvidos no âmbito do PET – Interprofissionalidade Paranaguá – Grupo 1 que, desde a declaração do estado de pandemia, tem se debruçado em diferentes frentes de atuação no combate à COVID-19. Dessa maneira, pretende-se problematizar as declarações fortuitas vindas a público no início da pandemia que categorizavam o novo coronavírus como “democrático”. Para isso, se parte de indicações de Coutinho (2000) ao discorrer sobre a democracia como único regime político na história que reconhece como legítimo o conflito. Na democracia, o dissenso é componente incontornável da arena política e lutas sociais e por esse motivo a pandemia evidenciaria não apenas os conflitos oriundos das desigualdades sociais, mas deflagra ainda a centralidade da luta de classes na forma como a burguesia e a classe trabalhadora encontraram condições para enfrentar esse quadro. Objetivo Vincular o entendimento de democracia à COVID-19 para evidenciar os aspectos prementes da luta de classes e dissensos que emergiram após a declaração do estado de pandemia. Material e Método O material utilizado nesse resumo é oriundo de debates propiciados pela 1ª temporada de lives do PET- Saúde sobre a COVID-19, documentos e notícias sobre o tema. O método de pesquisa é inspirado na genealogia legada por Michel Foucault e a metodologia se apoia, principalmente, na pesquisa bibliográfica. Resultados Os resultados alcançados apontam para a relação entre a democracia, regime político que reconhece o conflito e o dissenso como legítimos, e a deflagração de conflitos oriundos das diferenças de classe e da desigualdade social em virtude da pandemia de COVID-19 como componentes que evidenciam as diferenças de classes sociais no Brasil. Considerações Finais
Se podemos afirmar que esse vírus é democrático é justamente por evidenciar a precarização das condições de trabalho, das condições materiais de existência e dos parcos recursos destinados pelo Estado para a assistência aos mais necessitados. Ao mesmo tempo em que as diferenças de classe não nos permitem equalizar os riscos a que estamos submetidos apenas por sermos todos “humanos”, o que se atesta com o avançar do quadro de pandemia é que diferentes possibilidades se apresentaram aos indivíduos para o enfrentamento dependendo, centralmente, de sua classe social. Ou seja, se há algo de democrático nesse vírus é denunciar a luta de classes por meio das condições diferenciadas de enfrentamento à COVID-19 para a classe trabalhadora e para a burguesia.

COVID-19; Democracia; Luta de Classes