Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E O RISCO ASSOCIADO À COR NEGRA: UMA ANÁLISE À LUZ DA LITERATURA
ISRAEL LUCAS DOS SANTOS FERNANDES, CARLA MARIA QUEIROZ, MARIANA CRISTINA RABELLO DE CARVALHO, DANIELA TEIXEIRA BARREIROS, TAÍSA LEITE DE MOURA E SOUZA, DANÚBIA MARIANE BARBOSA JARDIM

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são um problema de saúde pública mundo, podendo ser definida como patologias de progressão lenta e longa duração, apresentando episódios agudizados ao longo da vida. Alguns hábitos mudáveis (alcoolismo, sedentarismo e estresse) e não mudáveis (idade, genética, sexo e raça/cor, geralmente negra) favorecem o aparecimento de DCNT, sendo chamados de Fatores de Risco (FR) ou Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Essa classificação é feita após relacionar os comportamentos existentes com a fisiopatologia da doença. Na literatura, existem poucas explicações da relação da cor/raça negra como os FR, relatando, geralmente, como um fator genético, preconceitual ou socioeconômica. Pensando nisso, foi formulada a pergunta norteadora: Qual a relação da cor/raça negra como FR para DCNT? Objetivo: Identificar as evidências científicas que relacionem a raça/cor negra como FR para DCNT. Material e Método: Trata-se de uma revisão integrativa. A busca foi realizada na "BVS" e "SciELO", usando o operador booleano “AND” entre os descritores “Grupo com Ancestrais do Continente Africano” e “Doença Crônica”, encontrando 948 artigos. Os critérios de inclusão foram artigos publicados após de 2009, ano de criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; textos completos; realizados no Brasil, para compreender os aspectos no Brasil. O critério de exclusão foi estudos que não abordassem o tema de pesquisa. Após a avaliação, a amostra final foi de 5 artigos. Também foram utilizados 3 Cadernos do Ministério da Saúde (MS). Resultados: A Lei 12.288/10 define a população negra como pessoas pretas e/ou pardas. No Brasil 54% da população considera-se negra, crescendo 4,6% ao ano. Segundo o MS, o adoecimento está relacionado a fatores que afetam a integridade física e psicológica, individual e coletiva, condições históricas, renda e marginalização dos benefícios. Existem algumas doenças de causas totalmente genética e hereditária com prevalência na população negra, como a Doença Falciforme, podendo ser agravadas por DSS. Assim, analisando os FR, de algumas bases do MS, identificou que pessoas negras consomem uma menor quantidade de hortaliças e uma maior quantidade de carnes gordurosas regularmente; apresentam maior prevalência no trabalho braçal e uma menor aderência a atividade física no tempo livre; são portadores de hipertensão arterial, sem consenso na literatura; e sofrem mais violência. Conclusão: A pesquisa possibilitou perceber que existem poucas literaturas relacionadas ao tema no Brasil, que grande parte da população brasileira é negra, sofre constantemente com FR e possui algumas doenças genéticas importantes como a anemia falciforme. A população negra possui grande prevalência das DCNT, mas o fato pode estar relacionado às DSS que a população sofre e não somente a causa genética, necessitando de mais estudos para a confirmação.

Palavras-chave


Fatores Raciais; Fatores de Risco; Doença Crônica