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GÊNERO E RAÇA:INEQUIDADES EM SAÚDE E ADOECIMENTO PSÍQUICO NA PERSPECTIVA DE JAIME BREILH
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
O caráter social da doença mental se expressa objetivamente na sua distribuição desigual, entre gênero, raça e classe social, na sociedade. Nesta perspectiva o presente ensaio objetiva relacionar com a teoria, por meio de alguns referenciais de Jaime Breilh .A escolha pelo referido autor se deu pelo fato dele ser um médico, epidemiologista crítico, escritor latino, em que sua epistemologia se baseia no contexto latino-americano e por que seus escritos trazem referências sobre a determinação social de saúde pautando em questões sobre desigualdades raciais, de gênero e classe social. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, constituída de artigos científicos de produções em epidemiologia crítica , voltado para a compreensão das relações entre a determinação social de saúde e inequidades de gênero ,raça , classe social e a sua ligação com o adoecimento psíquico . Com o desígnio de fazer uma provocação que possibilite a reflexão crítica a respeito dos determinantes sociais de saúde, que atualmente utilizados para a formulação de políticas públicas de saúde, com foco na saúde mental da população desprivilegiada.O autor ressalta que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas deve ser compreendida dentro de um conjunto de componentes multidimensionais que desencadeiam e/ou agravam o adoecimento físico e mental. No que tange a relação de gênero, Breilh (1996) afirma que o gênero feminino é o que apresenta maior vulnerabilidade a sintomas relativos à ansiedade e depressão, atrelada a uma multidimensionalidade de fatores, entre eles a desigualdade de gênero e a violência que a mulher está exposta. Do mesmo modo o racismo internalizado, as micro agressões de cunho racial sofridas no cotidiano, funcionam como gatilhos que impactam as condições de vida e gera comportamentos de risco a saúde física e mental do sujeito ,limitando assim a própria humanidade. Este ensaio teórico percorreu um solo de discussão, voltado para a problematização e a compreensão de como é possível a articulação entre determinações sociais de saúde, gênero, raça, classe social e adoecimento psíquico. Percebeu-se com tudo isto a importância de analisar a dinâmica em saúde como um processo vinculado ao cotidiano, à forma de viver, trabalhar e o lugar que o sujeito ocupa na sociedade. Buscar compreender como se concentra os efeitos na classe social, gênero e na etnia/raça na saúde na população, com foco na análise de fatores biopsicossociais. Pois a doença mental caracteriza-se por uma determinação complexa que envolve as dimensões econômica, social, política e cultural, expressando-se diferentemente nas relações gênero, raça e classe social. Enfim ressalta-se a importância de reconhecer a despeito das inequidades de gênero e raça em saúde revela que, mulheres, negros, indígenas e pardos encontram-se em inquestionável situação de invisibilidade, vulnerabilidade, desvantagem e negligência no âmbito da saúde.
Palavras-chave
Adoecimento Psíquico; Inequidades em Saúde e Determinação Social de Saúde;