Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

Tamanho da fonte: 
QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS: ASSOCIAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS, COMPORTAMENTAIS E ESTADO DE SAÚDE
ÂNGELA LUIZA CUNHA LEGEY, EVELYN OPUSZKA ACACIO, DOROTEIA APARECIDA HÖFELMANN

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A proporção da população idosa vem aumentando no Brasil devido ao incremento da expectativa de vida e à diminuição da taxa de fecundidade. A qualidade de vida (QV) inclui um largo espectro de áreas da vida que vão desde “satisfação com a vida” ou “bem-estar social” àqueles baseados em conceitos de independência, competências sociais e cognitivas. Estudos têm associado diferentes fatores à QV entre idosos. Fatores como a presença de depressão, doença limitante, desemprego, impactam negativamente na QV. Apesar dos estudos sobre QV estarem aumentando, ainda é necessário a exploração sobre o tema, e a utilização de instrumentos, capazes de avaliar os aspectos quali e quantitativos da vida idosa. Objetivo: Analisar a QV e a associação com fatores socioeconômicos, demográficos, comportamentais, relacionados ao estado de saúde e autopercepção de saúde entre idosos da área de abrangência de uma Unidade de Saúde de Colombo/PR. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, sendo a população os idosos da Unidade de Saúde (US) Moinho Velho no bairro Roça Grande situado no município de Colombo/PR. Foi aplicado questionário ao idoso ou ao cuidador incluindo variáveis: 1) demográficas; 2) socioeconômicas; 3) comportamentais; 4) estado de saúde e 5) autopercepção de saúde. A QV foi investigada por meio da Escala de Autorrelato da Qualidade de Vida (CASP-19). Na sua versão para o Brasil, o instrumento resultou em 16 itens (CASP-16 Brasil). A análise foi feita com modelos de equações de estimativas generalizadas (gee), considerando família normal, função identidade e correlação permutável. Foram estimados coeficientes da regressão (betas) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). As estimativas de percentuais e IC95% foram corrigidas usando o comando survey no Stata, considerando o nível domiciliar. Resultados: No fim da coleta, restaram 191 idosos distribuídos em 143 domicílios. Verificou-se que 54,0% eram mulheres, 77,3% com idade entre 65 a 75 anos, 19,2% não estudou em escola. A média do escore de QV dos idosos foi de 31,9 pontos. Os escores médios observados para os domínios controle, autonomia, prazer e realização pessoal foram de 7,4, 8,7, 7,3 e 8,4 de um máximo possível de 12, 15, 9 e 12 pontos, respectivamente. Na análise ajustada observaram-se maiores escores para QV entre idosos: viúvos e que referiram prática de atividade física no lazer; e menores escores de QV entre os idosos não-participantes de atividades externas, que referiram dificuldade em realizar atividades básicas da vida diária e autoavaliação negativa da saúde. Considerações finais: Com este estudo reforça o crescimento da importância da QV como medida de saúde e isso leva à reflexão do papel dos serviços de saúde como agentes de planejamento e implementação de ações de promoção à saúde para dar mais oportunidade aos idosos de melhorar sua condição de vida.

Palavras-chave


qualidade de vida; idosos; saúde da família; estudos transversais