Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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O USO DE GENOGRAMA E ECOMAPA COMO FACILITADORES DA GESTÃO DE SAÚDE DE PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL
ROMÁRIO CORREIA DOS SANTOS, THAIS CARINE LISBOA DA SILVA, PÂMELLA STÉPHANIE ACIOLI CARNEIRO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 600 milhões de pessoas tenham Hipertensão Arterial (HA). Essa, é uma doença crônica multifatorial, de detecção muitas vezes tardia por sua evolução lenta e silenciosa, não obstante terá um crescimento global de 60% até 2025, além de ser responsável por cerca de 7,1 milhões de mortes anuais. A influência do paradigma biopsicossocial na compreensão do processo saúde-doença, vem sendo estudado nos últimos anos na tentativa de redirecionar as práticas estritamente clínicas para um cuidado integral. Nesta perspectiva, aspectos sociodemográficos, alterações do estado emocional, a falta de acessibilidade, rede de apoio e a família podem atuar como influenciadores da adesão ao tratamento da HA e contribuir no processo de saúde doença dos indivíduos. Sendo assim, reconhecer a família e a comunidade como participantes ativos no processo de adoecimento crônico é fundamental para o desenvolvimento de estratégias que favoreçam o cuidado integral à saúde. Objetivo: descrever a utilização dos métodos gráficos Genograma e Ecomapa como facilitadores do entendimento da influência da relação do portador HA com sua família e com sua comunidade no enfrentamento da HA. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, por meio de entrevista pré-estruturada, realizada com dez portadores de Hipertensão, sendo 5 compensados para HA e 5 não compensados. Todos cadastrados em Estratégia de Saúde da Família (ESF) em Recife-PE. A avaliação dos dados foi realizada sob metodologia qualitativa e subsequente aplicação nos instrumentos gráficos. Resultados: Os métodos gráficos estudados demonstraram boa aplicabilidade na compreensão das interações do paciente crônico com sua família e comunidade para ambos os grupos. Observou-se, também, que a interação do grupo familiar com os cinco entrevistados compensados para HAS era positiva, com estabelecimento de relações permeadas por cooperação e confiança. Além disso, as interações com o meio e a comunidade também eram sólidas, visto que este grupo participa ativamente de encontros sociais, como grupo de hipertensão e diabetes (HIPERDIA), igrejas, clubes, academia da cidade, praças e praias. Em contrapartida, os cinco entrevistados descompensados para HAS, apresentam relações familiares que foram cortadas e, muitas vezes, não reatadas ou que se encontram estremecidas. Além disso, esse grupo pouco ou não interage com a comunidade e com o meio que o cerca. Conclusão: O genograma e ecomapa são instrumentos que podem potencializar a ação da equipe de saúde da família, oportunizando aos profissionais, conhecer as relações que cercam pacientes resistentes aos tratamentos e desenvolver protocolos terapêuticos específicos que possam inserir a família ou a comunidade como apoio no processo.

Palavras-chave


Doença crônica; Estratégia de Saúde Familiar; Relações familiares;