O presente trabalho analisa as atitudes das elites políticas na Guiné-Bissau em relação à polarização política. As elites políticas bissau-guineenses experimentaram algumas transformações significativas no pretérito recente com abertura política, em 1991, ocasionando o surgimento de novos partidos políticos e o realinhamento político das suas bases políticas. A polarização política diz respeito ao aumento da divergência ou à divergência entre as atitudes políticas extremamente antagônicas. Assim, o surgimento da (nova) elite política faz com que muitos dos jovens com sentimento partidário se alinhassem aos seus modus operandi na articulação de bases eleitorais, buscando ampliar os seus interesses políticos e partidários. As condições políticas, (como posição partidária, o sistema eleitoral, a própria composição da elite, etc.) determinam em parte a polarização política no país. O surgimento das novas elites políticas e o (re)posicionamento de novos partidos políticos sobre as diferentes esferas populacionais têm contribuído para evitar a polarização política? Durante alguns anos, essas elites estiveram unidas durante a transição democrática ou se viram mais como inimigos políticos? Esta pesquisa aborda as questões por meio da revisão da literatura da elite política sobre os diferentes aspectos (políticos, sociais e econômicos) da polarização política. Isso é feito através da seleção dos dados obtidos por meio da pesquisa bibliográfica. A pesquisa evidencia que, durante o processo de transição e pós-transição, a política de consenso desapareceu, sendo aplicada a política de unanimidade no cenário político. Entretanto, apesar de haver um discurso político baseado na “unidade nacional”, as atitudes das elites políticas são tão polarizadas ao ponto de influenciar os comportamentos dos cidadãos e, portanto, mudam as elites políticas, mas a cultura política continua a ser a mesma.