Última alteração: 22-12-2021
Resumo
A pesquisa analisa as estratégias organizacionais de PT e PSDB a partir da perspectiva dos gastos e transferências de recursos financeiros realizados pela sede nacional destes partidos entre 1996 e 2015. Parte-se do pressuposto de que o gasto partidário pode refletir as estratégias organizacionais da distribuição de poder interno uma vez que a atividade política exige investimento monetário. Objetiva-se identificar se PT e PSDB possuem comportamentos distintos na centralização ou não dos recursos financeiros; além de categorizar os gastos realizados pelos dois partidos no período e identificar se há diferença por tipo de gasto, o que pode indicar estratégias organizacionais diferentes. Parte-se de três hipóteses. Na primeira o PSDB terá maior descentralização dos recursos, transferindo a maior proporção aos diretórios e candidatos estaduais, municipais e possui menos gastos com organização e formação, mais com serviços técnicos e eleições. Na segunda, o PT é mais centralizado, concentra os recursos em nível nacional, como um partido de massas, e possui mais gastos com organização e formação. Por fim, na terceira hipótese afirma-se que nos anos em que o partido está no governo federal há aumento de suas despesas. Para testar tais hipóteses, realiza-se a categorização e análise dos dados das prestações de contas dos partidos, declarados ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, de 1996 a 2015, comparando a estratégia de gastos dos dois partidos em eleições, estrutura, formação ideológica, gastos técnicos e transferências. Corroboramos com os resultados de pesquisas anteriores sobre os dois partidos, confirmando, assim, a importância de observar as finanças dos partidos para a compreensão de suas dinâmicas organizacionais.
Palavras-Chave: centralização; gastos partidários; partidos; PSDB; PT.
DOI: 10.5380/2dcp2021.artcomp01p13-61