Este artigo tem como objetivo analisar o perfil social e político dos deputados estaduais eleitos para 19ª legislatura (2019–2022) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA), uma vez que as eleições de 2018 para ALEPA tiveram 53,6% de índice de renovação (22 das 41 cadeiras), a mais alta desde 1998 e a quarta mais alta desde a redemocratização, ficando atrás das eleições de 1990, 1994 e 1998. A hipótese central que norteia a presente pesquisa é a de que embora houvesse um índice significativo de renovação das cadeiras da ALEPA, o perfil dos deputados apresenta uma continuidade em aspectos sociais e políticos se comparado com o perfil dos deputados da 18ª legislatura (2015–2018). Para cumprir com o objetivo proposto e testar a hipótese, levantou-se dados referentes à composição por: 1) partido político, 2) sexo e cor/raça, 3) faixa etária, 4) domicílio eleitoral, 5) escolaridade e atividade profissional, e 6) experiência prévia no Legislativo, Executivo e em outros partidos. Os dados foram coletados no site do Tribunal Superior Eleitoral, via plataforma DivulgaCand, e também do site oficial da Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Os dados foram organizados em uma ficha prosopográfica, depois sistematizados no Excel e operacionalizados no Python. Como resultado, a pesquisa confirmou a hipótese de que a renovação de mais da metade das cadeiras na ALEPA não implicou na mudança de perfil dos parlamentares eleitos para a 19ª legislatura. As 41 cadeiras da 19ª legislatura foram distribuídas em 20 partidos (2 a mais que na legislatura anterior), contudo apenas dois partidos ultrapassaram os dois dígitos em porcentagem das cadeiras (MDB e PSDB) e são justamente os dois partidos que disputam a hegemonia política estadual no Pará desde a redemocratização.

Palavras-Chave: Elites Políticas; Renovação Política; Eleições Estaduais; Assembleia Legislativa.