Última alteração: 22-12-2021
Resumo
O presente artigo busca demonstrar como a utilização da Teoria Crítica, na perspectiva teórica do neo-gramscianismo e sob uma ótica decolonial, pode ser utilizada de modo a colaborar no processo de expansão da compreensão dos sentidos do fenômeno da migração enquanto um ato que ocorre naturalmente na sociedade, a despeito das diversas tentativas de negação desse fato e criminalização do ato de migrar. Para além desse intuito, pretende-se também verificar como este acontecimento tem sido utilizado por determinadas elites dominantes, sejam elas neocolonizadoras ou descolonizadas (mas que repetem o padrão opressor colonial), que se apropriam da organicidade intelectual, para manter uma lógica de diferenciação em prol de desigualdades, além de preservar, nesse sentido, o status quo do Estado-nação moderno, por meio do qual as esferas de poder em uma lógica capitalista apropriam-se do etnocentrismo para criar ou intensificar novas formas de manutenção do poder. Busca-se demonstrar que as observações das teorias neo-estruturalistas e neoliberais não conseguem responder politicamente de forma satisfatória às exigências de modernização do Estado, saindo da posição de categoria teórica para se tornar apenas em ferramenta de controle social. Para buscar atingir os objetivos propostos, foi realizado um trabalho de levantamento bibliográfico alinhado com a intenção de mobilizar o debate em torno dos fenômenos de caráter migratório. Por fim, É um dos intuitos do trabalho demonstrar que toda discussão a esse respeito está fundamentalmente atrelada à ideia de que a estrutura que a cerca é moldada com o intuito de se pensar no funcionalismo como única ‘saída’ para as crises.
Palavras-Chave: Política Migratória; Desigualdades; Neo-gramscianismo; Decolonialidade; Inclusão.
DOI: 10.5380/2dcp2021.artcomp01p13-35