A partir das ideias defendidas por Kenneth Waltz (2012) em seu artigo “Why Iran Should Get the Bomb: Nuclear Balancing Would Mean Stability”, no qual analisa a busca israelita pela manutenção do status potência nuclear e seus impactos para a estabilidade regional. Em seu texto, o autor defende que nenhuma solução para a crise no Oriente Médio seria viável sem a restauração da balança de poder militar, e com base nisso afirma categoricamente que o Irã deve desenvolver uma bomba nuclear. A arguição de Waltz sobre o caráter dissuasório de armamentos nucleares encontra ressonância ao se analisar a postura adotada pela Coreia do Norte em relação ao seu arsenal atômico. Pyongyang tem mantido uma conduta bastante pragmática no que tange às pressões e sanções econômicas lançadas por potências nucleares maiores como EUA e Reino Unido, não deixando de lado seu programa nuclear como fizeram Iraque, Líbia e Síria, por exemplo. Assim, norteando-se pelo êxito do comportamento norte-coreano, este artigo objetiva investigar o que este modelo de desenvolvimento nuclear, pautado na premissa da dissuasão, pode levar ao paradigma nuclear iraniano. Para isto, por meio de uma revisão bibliográfica de fontes secundárias, farse-á uma análise comparativa entre as duas potências regionais. A busca por similaridades e diferenças será conduzida através de eixos que contemplem as condições, conjunturas, cenários e implicações, tanto para o Irã, quanto para a Coreia do Norte e seus respectivos entornos regionais. Visa-se assim identificar a possibilidade do surgimento de um novo padrão de comportamento entre potências nucleares emergentes – passível de alterar não somente a balança estratégica internacional, como também as dinâmicas da segurança regional e internacional –, trabalhando com a hipótese de que a nuclearização do Estado iraniano traria um novo cenário de estabilidade regional para o Oriente Médio.

Palavras-Chave: Dissuasão Nuclear; Irã; Coreia do Norte; Segurança Internacional.