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A CONSTRUÇÃO DA PAZ NO AFEGANISTÃO: UMA ANÁLISE DOS LIMITES DE UMA PAZ HÍBRIDA
Devlin Biezus

Última alteração: 15-10-2020

Resumo


O presente artigo propõe analisar a construção da paz no Afeganistão. O objetivo do trabalho é demonstrar como as relações entre elite local e agentes internacionais da operação da paz modificam ou subvertem a agenda da paz liberal da construção da paz. Para isso, emprega-se o conceito da paz híbrida para analisar as esferas securitárias e políticas da construção de paz. O argumento da pesquisa é a de que o local como compreendido pelos atores internacionais não possui uma autonomia, de fato, na condução do processo de construção da paz. A metodologia adotada é a qualitativa e as técnicas utilizadas são a análise documental de fontes primárias e secundárias e o desenvolvimento do estudo de caso. O caso da construção da paz no Afeganistão permitiu a problematização do entendimento de paz presente nesse caso. Esse entendimento pode ser problematizado em dois principais pontos. Primeiro, o discurso da autonomia afegã perante a construção da paz não se reflete na realidade. Em segundo lugar, o local compreendido pelos atores internacionais, no caso do Afeganistão, é formado a partir das perspectivas e interesses internacionais. O estudo proposto no presente trabalho se insere no debate das problemáticas encontradas no processo de construção da paz. A perspectiva híbrida contribui com o debate de que o processo de paz deve ser analisado de forma multidimensional, demonstrando a interação entre atores locais e internacionais. O estudo também colabora com o debate mais amplo na área dos estudos para a paz, pois trata de problemáticas epistemológicas trazidas pelos projetos de construção da paz, como a da paz liberal, da normalização do Estados perante a sociedade internacional e do consenso do argumento da paz liberal.

Palavras-Chave: Construção da paz; Paz híbrida; Afeganistão.

DOI: 10.5380/SDCP1.2020.gt2_art14

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